20 de julho de 2011

Para pensar II...

Estamos obcecados com "o melhor".
Não sei quando foi que começou essa mania, mas
hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro,
o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor
operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.
Bom não basta.
O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os
outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes,
porque, afinal, estamos com "o melhor".
Isso até que outro "melhor" apareça -
e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.
Novas marcas surgem a todo instante.
Novas possibilidades também. E o que era melhor,
de repente, nos parece superado, modesto, aquém
do que podemos ter.
O que acontece, quando só queremos o melhor,
é que passamos a viver inquietos, numa espécie
de insatisfação permanente, num eterno desassossego.
Não desfrutamos do que temos ou conquistamos,
porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.
Cada comercial na TV nos convence de que merecemos
ter mais do que temos.
Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os
outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor,
comprando melhor, amando melhor, ganhando
melhores salários.
Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás,
de preferência com o melhor tênis.
Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos.
Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.
Se não dirijo a 140, preciso
realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que
subir na empresa e assumir o cargo de chefia que
vai me matar de estresse porque é o melhor cargo
da empresa?
E aquela TV de não sei quantas
polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O restaurante onde sinto saudades da comida de
casa e vou porque tem o "melhor chef"?
Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado
porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?
O cabeleireiro do meu bairro tem
mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?
Tenho pensado no quanto essa busca
permanente do melhor tem nos deixado
ansiosos e nos impedido de desfrutar o
"bom" que já temos.
A casa que é pequena, mas nos acolhe.
O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.
A TV que está velha, mas nunca deu defeito.
O homem que tem defeitos (como nós), mas nos
faz mais felizes do que os homens "perfeitos".
As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu,
mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo...
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas
das histórias que me constituem.
O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e
sente prazer.
Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?
Ou será que isso já é o melhor e na
busca do "melhor" a gente nem percebeu?


Texto de Leila Ferreira (brasileira)

19 de julho de 2011

Para pensar...

A Escola Nacional de Magistratura incluiu em seu banco de sentenças, o despacho pouco comum do juiz Rafael Gonçalves dePaula, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Palmas, em Tocantins.
A entidade considerou de bom senso a decisão de seu associado, mandando soltar Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, detidos sob acusação de furtarem duas melancias:

DECISÃO
Trata-se de auto de prisão em flagrante de Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, que foram detidos em virtude do suposto furto de duas (2) melancias. Instado a se manifestar, o Sr. Promotor de Justiça opinou pela manutenção dos indiciados na prisão.
Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar inúmeros fundamentos: os ensinamentos de Jesus Cristo, Buda e Ghandi, o Direito Natural, o princípio da insignificância ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os princípios do chamado Direito alternativo, o furto famélico, a injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de serviços gerais em contraposição à liberdade dos engravatados e dos políticos do mensalão deste governo, que sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de se colocar os indiciados na Universidade do Crime (o sistema penitenciário nacional)…
Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem empobrecem ninguém.
Poderia aproveitar para fazer um discurso contra a situação econômica brasileira, que mantém 95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário apesar da promessa deste presidente que muito fala, nada sabe e pouco faz.

Poderia brandir minha ira contra os neo-liberais, o consenso de Washington, a cartilha demagógica da esquerda, a utopia do socialismo, a colonização européia….
Poderia dizer que George Bush jogou bilhões de dólares em bombas na cabeça dos iraquianos, enquanto bilhões de seres humanos passam fome pela Terra – e aí, cadê a Justiça nesse mundo?
Poderia mesmo admitir minha mediocridade por não saber argumentar diante de tamanha obviedade. Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total desprezo às normas técnicas: não vou apontar nenhum desses fundamentos como razão de decidir.
Simplesmente mandarei soltar os indiciados. Quem quiser que escolha o motivo.

Expeçam-se os alvarás.

Intimem-se.

Rafael Gonçalves de Paula
Juiz de Direito

10 de julho de 2011

Ossos do ofício

Para escolher Direito, o sujeito bem certo das idéias não é não! HAHA! Procurei na net e achei em um site de humor textos a respeito dessa linda e digníssima profissão (Nem gosto qse neh... ^^). Fique à vontade&Divirta-se!

Como um advogado termina o namoro?

Prezada Srta. Danyela de Fátima da Silva Couto e Souza Avelar,

Face aos acontecimentos de nosso relacionamento, venho por meio desta, na qualidade de homem que sou,
apesar de V.Sa. não me deixar demonstrar, uma vez que não me foi permitido devassar vossa lascívia,
retratar-me formalmente de todos os termos até então empregados à sua pessoa, o que faço com supedâneo no que segue:

A) DA INICIAL MÁ-FÉ DE VOSSA SENHORIA:
1. CONSIDERANDO QUE nos conhecemos na balada e que nem precisei perguntar seu nome direito, para
logo chegar te beijando;

1.2. CONSIDERANDO seu olhar de tarada enquanto dançava na pista esperando eu me aproximar.

1.3. CONSIDERANDO QUE com os beijos nervosos que trocamos naquela noite, V.Sa induziu-me a crer que logo estaríamos explorando nossos corpos, em incessante e incansável atividade sexual, passei então
a me encontrar com Vossa Senhoria.


B) DOS PREJUÍZOS EXPERIMENTADOS:
2. CONSIDERANDO QUE fomos ao cinema e fui eu quem paguei as entradas, sem falar no jantar após o filme.

2. 2. CONSIDERANDO QUE já levei Vossa Senhoria em boates das mais badaladas e caras, sendo certo que
fui eu, de igual sorte, quem bancou os gastos.

2. 3. CONSIDERANDO QUE até à praia já fomos juntos, sem que Vossa Senhoria gastasse um centavo sequer,
eis que todos os gastos eram por mim experimentados, e que Vossa Senhoria não quis nem
colocar biquíni, alegando que estava ventando muito.


C) DAS RAZÕES DE SER DO PRESENTE:
3.1. CONSIDERANDO AINDA QUE até a presente data, após o longínquo prazo de duas semanas, Vossa
Senhoria não me deixou tocar, sequer na sua panturrilha.

3.2. CONSIDERANDO QUE Vossa Senhoria ainda não me deixa encostar a mão nem na sua cintura com a
alegaçãozinha barata de que sente cócegas.

D) DECIDO SOBRE NOSSO RELACIONAMENTO O SEGUINTE:

4.1. Vá até a mulher de vida airada que também é sua progenitora, pois eu não sou mais um ser humano
do sexo masculino que usa calças curtas e a atividade sexual não é para mim, um lazer, mas sim
uma necessidade premente.
4.2. Não me venha com "colóquios flácidos para acalentar bovinos" de que pensava que eu era diferente.

4.3. Saiba que vou te processar por me iludir aparentando ser a mulher dos meus sonhos, e, na verdade,
só me fez perder tempo, dinheiro e jogar elogios fora, além de me abalar emocionalmente.

Sinceramente, sem mais para o momento, fique com o meu cordial "vá tomar no meio do olho do orifício
rugoso localizado na região infero-lombar de sua anatomia" que esse relacionamento já inflou o volume da
minha bolsa escrotal!

Dou assim por encerrado o nosso relacionamento, nada mais subsistindo entre nós, salvo o dever de
indenização pelos prejuízos causados.

Sem mais para o momento,

Dr. M R S A
"Advogado"
OAB/MG

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Alguns tropeços dos "culegas"

"Fulano de tal, falecido em 08 de maio de 2003, conforme certidão de óbito em anexo, doravante denominado reclamante, por seu advogado signatário, vem perante Vossa Excelência ajuizar ação trabalhista..."
(De uma petição inicial na Vara do Trabalho em Varginha-MG).



"O devedor pode ser localizado na casa nº 242 da rua que fica aos fundos do cemitério, não precisando o oficial de Justiça alegar medo, como pretexto para não realizar a diligência, porque se trata de rua despovoada de almas do outro mundo".
(De uma petição, na comarca de São Jerônimo)



" O contestante nega ser o pai da criança, pois não chegou à mãe do investigante. Mesmo tendo sido uma noite de orgias, com vários participantes, o investigado limitou-se a uma única cópula, com outra pessoa da roda, após o que ficou com o tiche murcho".
(De uma contestação em ação de investigação de paternidade, numa Vara de Família em Porto Alegre)



"Bens móveis são aqueles que são fabricados nas marcenarias. Já os bens imóveis são aqueles que não se movimentam, como um edifício, e também, por exemplo, um veículo que por estar sucateado não tem como ser removido".
(De um universitário, ao fazer a diferenciação entre bens móveis e bens imóveis, numa prova de Direito Civil).


De uma petição de inventário em Sorocaba, SP: "O de cujus deixou uma decuja e 4 decujinhos..." ·


Depoimento numa Delegacia:
"O pedestre não tinha idéia para onde ir, então eu o atropelei"


De uma certidão de oficial de Justiça:
"Deixei de fazer a citação tendo em vista que o réu está em lua-de-mel e me respondeu por telefone que nos próximos dias não está nem aí..."


E PRA FECHAR COM CHAVE DE OURO....
Descrição da penhora feita por um oficial de Justiça de Porto Alegre:
"... um crucifixo, em madeira, estilo colonial, marca INRI - sem número de série...

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E por fim, mas não menos importante, uma carta enviada por um estudante de Direito aos pais...

"Querido Pai e Querida Mãe:

Já faz três meses que estou na Universidade e sei que demorei para escrever-lhes.
Agora já estou melhor. A fratura e o traumatismo craniano que tive ao pular da janela de meu quarto em chamas ao chegar aqui, estão praticamente curados. Passei só duas semanas no hospital, minha visão está quase normal e aquelas terríveis dores de cabeça só voltam uma vez por semana. Como o incêndio foi causado por um descuido meu, teremos que pagar R$50.000,00 para a Universidade pelos danos causados, mas isso não é nada, pois o importante é que estou vivo, não é?
Felizmente a empregada que trabalha na lavanderia em frente viu tudo. Aliás, foi ela quem chamou a ambulância e avisou aos bombeiros.

Ela também foi me ver no hospital e como eu não tinha para onde ir, já que meu quarto ficou reduzido a cinzas, teve a gentileza de convidar-me a passar um tempo com ela. Na verdade é um quarto que ela aluga para seu trabalho noturno, mas tem sido muito agradável. Ela tem o dobro da minha idade, mãe, e tem me mostrado um outro lado da vida, que é fascinante. Jogamos baralho o dia inteiro e ela me ensina altos truques! Precisa ver. É..., estamos perdidamente apaixonados e queremos casar. Apesar de não termos ainda fixado a data, espero que seja antes que a gravidez dela fique muito evidente. Pois é, queridos pais, serei papai. Sabendo que vocês sempre quiseram ser avós, tenho certeza que acolherão muito bem as crianças (são gêmeos, uaaaaaau!!), com o mesmo amor e carinho que me deram quando era pequeno.
A única coisa que ainda está atrapalhando o casório é uma pequena infecção que minha noiva pegou em seu trabalho noturno e que nos impede de fazer os exames pré-matrimoniais. Eu também, por descuido, acabei pegando (como arde..), mas vou melhorar com o tratamento que a Nega Véia (é o apelido dela, pai) tá fazendo. Ela disse que penicilina é coisa besta e nem se compara à REZA FORTE que ela faz. Vamos ver agora neste segundo mês...Sei que vocês a receberão no seio de nossa família, com os braços abertos. Ela é muito amável e faz um quiabo com miúdo de galinha que é de comer ajoelhado, e embora nunca tenha estudado, tem muita ambição.
Tenho certeza que a amarão tanto quanto eu. Como ela tem mais ou menos sua idade, mamãe, tenho certeza que vocês se darão muito bem e se divertirão muito juntas pois, como a casa onde vivemos é muito pequena, pretendo voltar para casa com toda a minha nova família. Ah, os pais dela também são pessoas maravilhosas e parece que estão interessados em morar com a gente num futuro próximo. Eu até mandei o dinheiro da passagem (raspei aquela poupança que vocês haviam feito pra mim aos 5 anos) mas os meus futuros sogros não puderam vir este mês porque o psiquiatra da clínica onde o pai dela trabalha como vigia, resolveu internar o Nhô Zulu (é o apelido dele, pai) por problemas de alcoolismo e não lhe deu alta esta semana porque ele está ainda um pouco, digamos, brigão... O cara não deve entender nada, né? Pq em Serra Leoa, de onde eles fugiram da polícia por envolvimento em tráfico, a medicina é meio fraca.
Bem, agora que já sabem de tudo, é preciso que lhes diga que não ocorreu nenhum incêndio, não tive nenhum traumatismo craniano, não estive hospitalizado, não tenho noiva, não tenho sífilis e não há nenhuma prostituta anciã foragida na minha vida.

A verdade é que tirei ZERO em Direito Comercial, 2 em Direito Processual Civil e 1 em Direito Processual Penal e quis mostrar-lhes que existem problemas bem mais complicados na vida que notas baixas!
Um beijo de seu filho."

ASUHUAHUSHAUSH! MORRI
Quer mais? tem aqui